sábado, 23 de junho de 2018

 ENITA VII
HOMENS SEM QUALIDADES



Manhã ensolarada tranquila quando se ouve o roncar de um carro. todos da aldeia saem de suas casas para ver quem chegou. É o carro da funai, disse Pedro uns dos cacique da aldeia.(Há vários cacique na aldeia. Todos os chefes de família são caciques) Aos poucos todos vão caminhando em direção do carro. Papo vem, papo vai... Ao passar do dia os caciques chegam na aldeia principal. (Serraria) As crianças correm, as mulheres preparando farinha outras tomando banho. Os dois homem da funai Roberto e Bastião.  Assim se apresentou Bastião. Bastião estava sempre de olhos desconfiados olhando para todos os lados. Sempre tentando se aproximar de Enita. Mas quando Enita sentia a aproximação ela dava um jeito de se afastar. Enita já sabia o proposito dos dois. E eles sabiam que a maioria ali não concordavam com a proposta deles. A noite os caciques e suas famílias se reuniram junto com os dois homem. Então Bastião começou a falar em voz alta. Seguinte moçada, nós estamos aqui somos da funai e o nosso proposito é que vocês mudem de aldeia e vão lá para área indígena de Rio branco. Vocês sabem que lá tem muitos parentes makurap. A área aqui é muito grande e vocês sabem que aqui tem muita madeira, e a funai não tem como tirar os madeireiros. Eles não pagam pra vocês. Eles são perigosos. E é perigosos pra vocês continuarem aqui. Cacique Petaro o mais velho da aldeia falou. Nós não queremos ir, nós temos nossas casas aqui, nossos roças e cemitérios. E você ai?! apontou com o dedo em direção para Enita. O que você acha? Enita respondeu. Eu não acho nada... Roberto então falou. Pensem bem gente! Amanhã conversamos. E todos se recolheram .  Roberto e Bastião foram dormir no barracão construído pelos madeireiros.
A madrugada já ia alta e a lua já se punha atras da floresta, quando vários tiros foram disparados pelos madeireiros para o alto.  Ao amanhecer alguns madeireiros chegaram na aldea com seus rádios de pilha, alguns bêbados e gritando. Eita índios gente boa! Nós vamos cortar madeira e vamos dividir tudo direitinho! E davam gargalhadas altas. Tirou o revolver da cintura e foi andando em direção ao centro da aldea, deu um tiro para alto e apontou o revolver para o chão. E gritou madeira!!!

ÁREA INDÍGENA MEKENS (RO)  ELES ENFRENTAM OS MADEIREIROS ATE HOJE.

HISTORIA VERÍDICA  1990
Todos os direitos reservados 
Autora Iracema Caingang