HOMENS SEM QUALIDADES
Manhã ensolarada tranquila quando se ouve o
roncar de um carro. todos da aldeia saem de suas casas para ver quem chegou. É
o carro da funai, disse Pedro uns dos cacique da aldeia.(Há vários cacique na
aldeia. Todos os chefes de família são caciques) Aos poucos todos vão
caminhando em direção do carro. Papo vem, papo vai... Ao passar do dia os
caciques chegam na aldeia principal. (Serraria) As crianças correm, as
mulheres preparando farinha outras tomando banho. Os dois homem da funai
Roberto e Bastião. Assim se apresentou
Bastião. Bastião estava sempre de olhos desconfiados olhando para todos os
lados. Sempre tentando se aproximar de Enita. Mas quando Enita sentia a
aproximação ela dava um jeito de se afastar. Enita já sabia o proposito dos
dois. E eles sabiam que a maioria ali não concordavam com a proposta deles. A
noite os caciques e suas famílias se reuniram junto com os dois homem. Então
Bastião começou a falar em voz alta. Seguinte moçada, nós estamos aqui somos da
funai e o nosso proposito é que vocês mudem de aldeia e vão lá para área
indígena de Rio branco. Vocês sabem que lá tem muitos parentes makurap. A área
aqui é muito grande e vocês sabem que aqui tem muita madeira, e a funai não tem
como tirar os madeireiros. Eles não pagam pra vocês. Eles são perigosos. E é
perigosos pra vocês continuarem aqui. Cacique Petaro o mais velho da aldeia
falou. Nós não queremos ir, nós temos nossas casas aqui, nossos roças e
cemitérios. E você ai?! apontou com o dedo em direção para Enita. O que você
acha? Enita respondeu. Eu não acho nada... Roberto então falou. Pensem bem
gente! Amanhã conversamos. E todos se recolheram . Roberto e Bastião foram dormir no barracão
construído pelos madeireiros.
A madrugada já ia alta e a lua já se punha atras da
floresta, quando vários tiros foram disparados pelos madeireiros para o alto. Ao amanhecer alguns madeireiros
chegaram na aldea com seus rádios de pilha, alguns bêbados e gritando.
Eita índios gente boa! Nós vamos cortar madeira e vamos dividir tudo
direitinho! E davam gargalhadas altas. Tirou o revolver da cintura e foi andando
em direção ao centro da aldea, deu um tiro para alto e apontou o revolver para
o chão. E gritou madeira!!!ÁREA INDÍGENA MEKENS (RO) ELES ENFRENTAM OS MADEIREIROS ATE HOJE.
HISTORIA VERÍDICA 1990
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Autora Iracema Caingang